15 de abr. de 2009

Sobre os pecuaristas de trem


Pessoas são tratadas como gado e ninguém se pergunta, afinal, se o próprio gado é tratado assim. Se o é, com o perdão da anti-redundância irônica, só mesmo as pessoas pra cometerem tamanha desumanidade: As pessoas agredidas feito gado podem fazer exame de corpo de delito, o gado agredido feito pessoas não.


Poucas coisas são tão difíceis de se registrar em vídeo como as manifestações corriqueiras da tal, bem observada, síndrome do pequeno poder. Pois bem, nesta manhã nos fizemos testemunhas da intestemunhável realidade diária de quem é leite desnatado - autorreferência não é crime.

Quem presta serviço a quem? Os sindrômicos, tão desnatados quanto os demais, se divertem com seu próprio sadismo injustificável enquanto os porta-estandartes se omitem e demitem, tão somente. A que preço se põe à venda uma dignidade coletiva?

Na cidade-maravilha-mutante coloca-se ar-condicionado e aumenta-se o grau de truculência em proporcionalidade inversa ao da temperatura.

Sabe o pior? É capaz de o pastor-chefe ser vegetariano.

Madureira chorou
Madureira chorou de dor
Quando a voz do destino
Obedecendo ao divino
A sua estrela chamou
Gente modesta
Gente boa do subúrbio
Que só comete distúrbio
Se alguém os menosprezar
Aquela gente que mora na zona norte
Até hoje chora a morte da estrela do lugar
(Só eu não posso chorar)

(Júlio Monteiro & Carvalhinho)

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