10 de abr. de 2009

Sobre o desenvolvimento humano


Por que se levar tão a sério? Qual a razão de tamanho medo do ridículo?


É tentador imaginar que a ridiculez é transitória. Quando olhamos pro passado e nos enxergamos patéticos, quase nunca temos a perspicácia de que ainda nos reconheceremos patéticos quando nos observarmos de um ponto de vista futuro.

Os otimistas dirão que essa é a razão da obsessão por crescer, melhorar, improve. Eu direi: não há como escapar, somos todos ridículos. Sempre seremos absolutamente ridículos.

Alexandre, o Grande, é ridículo tanto em Hollywood quanto numa aula de história do ensino médio.

Miró com seus rabiscos, Hitler com seu bigode, Getúlio com seu metro-e-meio, Napoleão com seu cavalo branco, Marley com seus piolhos, todos apaixonadamente ridículos.

E assim seremos, sucessivamente, um pouco menos que ontem, um pouco mais que amanhã, até que, enfim, alcancemos a magnitude da espécie, o derradeiro desapego da velhice, quando, afinal, nada disso mais faz sentido e, em não sendo ridículos tanto quanto não-ridículos, apenas somos.

Nenhum comentário: