7 de abr. de 2009

Sobre o arrepio


Ontem, pela primeira vez, escutei o coração do meu filho.


Por mais que me tentem convencer de que eu já o ouvira, percebo agora que não há estetoscópio, doppler, ou qualquer outra parafernália tecnológica capaz de reproduzir o coração do filho que se ouve com o coração do ouvido - ou com o ouvido do coração.

Quando ouvi de minha mulher "ah, isso eu não consigo", pensei, cá com meus botões, que apesar da frustração de não engravidar, não amamentar e, sobretudo, não ver de si nascer o filho, o pai tem o privilégio único e mágico de ouvir com o coração do ouvido o apressado coração daquele precioso pedaço seu.

Foi o maior arrepio até aqui.

Acho que arrepio maior que esse, só quando eu estiver lá, vendo minha Rainha dar a luz (assim mesmo, sem crase).

Um comentário:

Aninha Ourique disse...

Ai! Que lindo, João! Fiquei arrepiada com o seu depoimento!
Beijos. Nos 3.