2 de abr. de 2011

Sobre Saltos e Sobressaltos

Eu não sabia quem era Cibele Dorsa. Continuo sem saber quem foi Gustavo Scarpa. Até o tão falado Doda eu sei vagamente quem é.

Mas de uma coisa eu tenho certeza:

É constrangedor como se constroem sub-celebridades aos borbotões, calcadas apenas na sensualidade frágil e, às vezes, – como nesse caso – numa suposta semelhança física com alguém, de fato, famoso;

Independentemente das razões que levaram a isso, é inconcebível que haja mães privadas de ter contato com seus filhos, por mais desequilibradas que sejam as mães e por mais poderosos que sejam os tutores;

Não há nada que simbolize mais a loucura das pessoas pela notoriedade, ainda que a troco de nada, do que uma suicida que manda um teaser do suicídio pelo twitter e uma carta de despedida para uma revista de celebridades;

Mas eu continuo tendo uma única certeza e não é nenhuma das afirmações acima.

As afirmações acima são elucubrações minhas, apenas minhas, que de tão minhas seriam um tremendo atestado de pernosticismo se eu as considerasse certezas.

Tampouco é minha única certeza o fato de que, a exemplo de um outro caso já deliberado neste espaço confuso de devaneios vãos, esse caso resvala muito sutilmente no meu escopo de interesses, não sendo, por si só, capaz de me motivar a escrever alguma coisa a seu respeito.

Minha certeza solitária é que o único absurdo verdadeiro de todo este caso é ter havido censura à revista Caras. Não tenho o menor interesse por nenhum dos personagens desse pseudoescândalo, tenho ainda menos vontade de ler a carta de suicídio, mas me dá náuseas saber que algum juiz consentiu que se proibisse uma revista – seja ela qual fosse – de publicar um nome – seja ele qual for.

Um palpite à revista Caras: já que, por ordem judicial, vocês estão impedidos de publicar o nome do Doda, aquele que eu sei vagamente quem é mas sei que é casado com a Athina Onassis – ironicamente herdeira de uma das maiores fortunas do mundo –, publiquem na próxima edição, na capa, em letras garrafais, o nome do juiz que sentenciou tal absurdo, para que possamos todos cobrar dele uma atitude condizente com um estado democrático.

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