3 de ago. de 2013

Sobre o Império da Guanabara



Não é o governador fascista, não é o prefeito playboy, não é o empreiteiro mafioso, não é o coronel corrupto, não é o miliciano sádico, não é o traficante infanticida, não é o inseto do transporte, muito menos o motorista ensandecido.

É o privilégio.

Façamos a mea culpa, nós cariocas somos viciados em privilégio. Eternamente VIPs, signatários de primeira hora da lei de Gérson. A regra para os outros, para nós os aplausos ao sol no Arpoador.

Abençoados por Deus, bajulados pelo Papa e privilegiados por natureza, somos o mais fértil terreno para os despachantes, as listas amigas e as carteirinhas falsas de estudante. Mesmo assim, nada disso nos interessa: queremos de graça.

E é por isso que aqui, no balneário do meu pirão primeiro, a classe política e a polícia militar - esses, sim, privilegiados por vergonhosas leis que os protegem da justiça dos demais - são assim tão debochados.

É urgente que tenhamos coerência. O momento é histórico mas de nada adiantará se não percebermos, olhando através de nosso próprio umbigo, que já não temos a corte.

Temos o corte.

Usemos.


Um comentário:

Unknown disse...

A corrupção é uma doença endêmica no nosso país.
O pensamento "já sou tão roubado que a priori tenho o direito ao perdão por meus desvios" é errado.
Para poder cobrar uma política dento da lei, cada indivíduo dessa sociedade tem que corrigir a si próprio. Aplicar a justeza na sua vida cotidiana. Aí sim teríamos uma grande mudança.